Os coronavírus são uma família de vírus que causam habitualmente doenças ligeiras semelhantes a gripe no ser humano. Nalguns casos pode ocorrer pneumonia. A infeção pelo novo coronavírus, designada de COVID-19, tem particularidades que o distinguem dos anteriores pela rapidez com que se propaga e pela maior percentagem de casos graves.
Os coronavírus são uma família de vírus. Alguns causam doenças nas pessoas e outros como os coronavírus caninos e felinos, só afetam animais. Raramente os coronavírus animais podem infetar as pessoas. É o caso da COVID-19. Essa situação já ocorreu pontualmente noutras epidemias prévias de coronavírus.
A COVID-19 transmite-se por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus, ou com superfícies e objetos contaminados.
O vírus que causa a COVID-19 propaga-se com facilidade na comunidade. Muitas pessoas são contaminadas sem terem a noção de como isso ocorreu. Podem ter sido contagiadas por pessoas infetadas e sem sintomas.
A COVID-19 transmite-se fundamentalmente de PESSOA-A-PESSOA através de gotículas projetadas pelo nariz ou boca quando tossimos ou espirramos. Essas gotículas infetadas podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo ou depositar-se em superfícies e aí permanecer, infetando as mãos de outras pessoas que, ao tocarem na boca, nariz e olhos, transportam o vírus para novas pessoas.
Outras vias de transmissão:1-4
a) fezes e urina- através de partículas de aerossóis ou por contacto
b) saliva
A contaminação por aerossóis é possível quando há exposição a elevadas concentrações de aerossóis contendo vírus durante um período de tempo prolongado e em ambientes relativamente fechados.
Dado que COVID-19 (SARS-CoV-2) foi isolado nas fezes e na urina, deve ser dada atenção especial aos resíduos humanos para evitar contacto direto e/ou contaminação do ambiente.2,3
De acordo com informação da Organização Mundial da Saúde (OMS), até à data não há evidência de que os animais domésticos como cães e gatos, tenham sido infetados e consequentemente possam transmitir o vírus da COVID-19.
Apesar de ser possível o contágio a partir da contaminação de embalagens de alimentos quando, através das mãos, os vírus acedem à boca, nariz e olhos, não é de todo a principal via de propagação viral. Devido ao facto de haver uma fraca sobrevida do vírus em superfícies, a transmissibilidade deste através de alimentos embalados, acondicionados, refrigerados e transportados durante dias, o risco parece ser muito baixo.
No entanto e como medida de precaução, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e em Portugal a ASAE, publicaram as seguintes orientações relativas à preparação, confeção e consumo de alimentos. Destaca-se o reforço das seguintes boas práticas de higiene:
Estima-se que o período de incubação (tempo decorrido entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos sintomas) seja entre 2 e 14 dias.
Está ainda em investigação a transmissão por pessoas assintomáticas.
Um doente ativo com a doença COVID-19 pode contagiar outras pessoas. Por essa razão estes doentes têm de ser isolados da comunidade quer no hospital quer em casa (dependendo do seu grau de gravidade), até melhorarem e não representarem risco de infetar outras pessoas.
Quanto tempo uma pessoa ficará doente é muito variável pelo que a decisão sobre o fim do isolamento é avaliada caso a caso e baseada em critérios médicos, necessidades preventivas e de saúde pública, grau de gravidade inicial e resultados laboratoriais.
Os critérios do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) para terminar a quarentena são baseados na avaliação individual e são os seguintes:
Um doente que sai do isolamento considera-se que não representa um risco de infeção para os outros.
TODOS! O vírus não tem nacionalidade, idade ou género, por isso todos corremos o risco de contágio por este novo coronavírus. Toda a humanidade é alvo.
Correm maior risco de doença grave por COVID-19 os idosos e pessoas com doenças crónicas (ex.: doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares
Toda a população está suscetível à infeção por COVID-19 (SARS-CoV-2), incluindo as crianças. 1-4
A maioria das pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas ligeiros a moderados de infeção respiratória aguda como:
Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.
Doente com infeção respiratória aguda (início súbito de febre ou tosse ou dificuldade respiratória), sem outra etiologia que explique o quadro + História de viagem ou residência em áreas com transmissão comunitária ativa, nos 14 dias antes do início de sintomas;
OU
Doente com infeção respiratória aguda + Contacto com caso confirmado ou provável de infeção por SARS-CoV-2 ou COVID-19, nos 14 dias antes do início dos sintomas;
OU
Doente com infeção respiratória aguda grave, requerendo hospitalização, sem outra etiologia.
Nas áreas afetadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda medidas de higiene e etiqueta respiratória para reduzir a exposição e transmissão da doença:
O vírus é destruído eficazmente por:
A clorohexidina não é eficaz na eliminação do vírus.1
O uso de máscaras é uma medida adicional de proteção, que deve ser complementar às medidas de distanciamento, higiene das mãos e etiqueta respiratória. A sua utilização é obrigatória em espaços públicos fechados, como transportes públicos ou estabelecimentos comerciais.
Para utilizar máscara de forma efetiva deve garantir que a coloca e remove em segurança.
Colocar a máscara:
Retirar a máscara:
A viseira deve ser usada complementarmente com um método barreira que permita proteger a boca e o nariz.
Site DGS, consultado a 8 outubro de 2020
O tratamento da infeção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados e sobretudo ao tratamento das complicações. Sendo um novo vírus, ainda não existe vacina, estando em curso as investigações para o seu desenvolvimento.
Não, os antibióticos não são efetivos contra vírus, apenas bactérias. A COVID-19 é um vírus e, como tal, os antibióticos não devem ser usados para a sua prevenção ou tratamento. Não terá resultado e poderá contribuir para o aumento das resistências a antimicrobianos.
Se não tem febre, tosse ou dificuldade em respirar deve:
Se tem febre, tosse ou dificuldade em respirar deve:
Todos os casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus devem ser submetidos a estudo laboratorial.
Se tiver sintomas como febre, tosse e/ou dificuldade respiratória e tiver estado em contato com uma pessoa que tenha a doença COVID-19, mantenha-se em casa e contate SNS24 (808 24 24 24).
Após este contacto e em função dos sintomas e do inquérito, os profissionais de saúde irão determinar se é necessário ser testado para COVID-19.
Preferencialmente, o diagnóstico deverá ser realizado na “Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do SARS-CoV-2, na rede complementar de laboratórios privados ou no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
No caso do teste ser positivo, só poderá deixar o isolamento quando, na ausência de sintomas, o resultado de 2 testes com o intervalo de 24 horas, forem negativos.
Quais os sintomas suspeitos da COVID-19?
Todas as pessoas com queixas respiratórias agudas de:
são considerados suspeitos e devem ligar para a linha SNS24 (808 24 24 24) ou de forma complementar para linhas telefónicas criadas para o mesmo efeito em Unidades de Saúde Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Especializados (UCSP) divulgados localmente.
Um teste negativo apenas significa que, nesse momento, o vírus não foi encontrado na amostra respiratória da pessoa. Não significa de forma completamente segura que não tem a doença pois, nas fases inicias da COVID-19, o teste pode ainda ser negativo.
Se uma pessoa tem sintomas respiratórios como tosse e febre mas o teste é negativo, isso significa que o vírus da COVID-19 não é o responsável pela doença em curso.
Ainda não existem dados concretos sobre a suscetibilidade de mulheres grávidas ao vírus da COVID-19.
As alterações fisiológicas da gravidez podem tornar a mulher mais suscetível a infeções virais como a da COVID-19. Em comparação com a população em geral, também podem estar em risco de doença grave, morbilidade e mortalidade.
É fundamental as mulheres grávidas intensificarem as medidas preventivas da infeção como lavar as mãos frequentemente, manter distanciamento social (1 metro) e afastamento de outras pessoas infetadas.
Não existem informações suficientes sobre resultados adversos da gravidez em mulheres grávidas com COVID-19. Noutras infeções com outros tipos de coronavírus durante a gravidez, têm ocorrido casos de aborto espontâneo e nado-morto. A febre alta durante o primeiro trimestre da gravidez pode aumentar riscos para o feto.
É limitada a informação científica disponível sobre a transmissão vertical (mãe->filho) relativamente a outros coronavírus, mas a transmissão vertical não foi verificada para essas infeções.
Atualmente não é conhecido o risco de complicações de crianças nascidas de mães infetadas com COVID-19. Mulheres com infeções com outros coronavírus durante a gravidez, tiveram bebés prematuros e/ou pequenos para a idade gestacional.
Até ao momento não foi encontrada evidência da presença do vírus que causa a COVID-19 no leite materno.
O risco para o bebé resulta da proximidade dos fluidos e gotículas da mãe que possam contaminar o filho pela proximidade durante a amamentação e os cuidados de higiene.
Sendo o leite materno a melhor fonte de alimentação no lactente, a presença de uma infeção respiratória alta ou de COVID-19 confirmada obriga a medidas extremas de precaução para evitar contaminar a criança. A lavagem cuidadosa das mãos e utilização de máscara facial ou a utilização de bomba de extração de leite para administração afastada da mãe são medidas importantes para impedir o contágio.
Adaptado por Fernando Vilhena de Mendonça, MD e Maria Teresa Egídio Mendonça MD
DGS-Direção Geral da Saúde https://covid19.min-saude.pt/perguntas-frequentes/
CDC-Centers for Disease Control and Prevention https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/faq.html#basics
Data de atualização: 25 março 2020.